sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Há uma diferença

Mas há uma diferença entre você saber intelectualmente da inutilidade das procuras, da insaciabilidade — vixe, que palavra! — do corpo e conseguir passar isso para o seu comportamento — tomar ato o que é pensamento abstrato. Os caminhos são individuais/intransferíveis.

Caio F. Abreu in “Cartas”

domingo, 12 de dezembro de 2010

LOUCURAS (parte IV), ou, pra bom entendedor meia palavra basta.

Cajá-Rock city, quinta-feira, 09 de dezembro de 2010, a tarde


Cenário: Sala da minha casa.

Personagens envolvidos: Mainha, F (sua amiga) e eu.


Segue-se a cena:


Mainha e F conversão animadamente sobre algum assunto, quando entro na sala para comunicar que estou de saída e que talvez tire direto da terapia para o trabalho. Eis então que F resolve olhar pra mim e diz:


F: Titia a senhora deixou Aninha furar outro buraco na orelha?


Mainha: Por mim ela não teria feito...


E as duas fazendo de conta que não estou na sala ouvindo a conversa, continuam.


F: Quem fura a orelha mais de uma vez é bandido, daqui a pouco ela vai fazer tatuagem.


Ana (respira fundo): F é o seguinte: já sou de maior faz um tempinho, furei e furarei minha orelhas quantas vezes quiser e achar melhor e farei uma tatuagem também, só que ninguém tem nada com isso, afinal o corpo é MEU. Já faz quase dois anos que furei minha orelha e só agora você notou. Nesses dois anos mudei muito, terminei meu mestrado, arrumei um emprego, tenho muitas outras responsabilidades que não tinha antes do brinco, pago minhas contas e por ai vai...


F: Mas o que estou querendo dizer é...


Ana (com raiva): O que você quer dizer é que estou a um passo de me tornar “marginal”. Sinto te decepcionar. Não vai ser um brinco, ou uma tatuagem que vai fazer com que eu mude meu caráter (Acho que nada fará). Quanto a isso as duas podem ficar tranqüilas. Agora muito me espanta esse tipo de “observação” da sua parte. Também não é porque estou com a orelha “cheia” de brincos que vou sair povoando o mundo, fazendo um filho a cada esquina e dando para minha mãe criar, como acontece por ai... Acho que você deveria se preocupar mais com as coisas da sua casa (deveria ter acrescentado: e deixar de ser tão hipócrita)


Revelando alguns fatos para os leitores: F tem uma filha que engravidou com 19 anos, teve duas filhas que são criadas por ela e nem por isso a filha cuidou em procurar emprego ou mudar de vida. P teve os mesmo “privilégios” que eu tive. Fomos colegas de escola durante a vida quase toda e eu estou aqui trabalhando feita uma louca, contando os dias para entrar de férias, enquanto P fica de festa em festa sem nenhum tipo de responsabilidade. Ai vem F e me diz o que devo ou não fazer... Sinceramente, vai catar coquinho. Quem ela pensa que é? Fiquei tão indignada com a situação que nem dei mais oportunidade para F falar. Fui saindo e ainda bem que tinha terapia na quinta, pois nem sei o que teria sido de mim...


A noite mainha veio pedir desculpa por não ter dito nada...


Enfim, odeio hipocrisia. Desde quando um brinco ou uma tatuagem podem falar pelo caráter das pessoas?

Obs: Não, o espírito de Natal ainda não chegou.. Se perdeu em algum lugar

sábado, 20 de novembro de 2010

"Pouco adiantou acender cigarro, falar palavrão, perder a razão..."


Acho que eu fico mesmo diferente
Quando eu falo tudo o que penso realmente
Mostro a todo mundo que eu não sei quem sou
Eu uso as palavras de um perdedor


As brigas que ganhei
Nem um troféu
Como lembrança
Pra casa eu levei


As brigas que perdi
Estas sim
Eu nunca esqueci
Eu nunca esqueci


Pato Fu

sábado, 6 de novembro de 2010

Loucura (parte III), ou Como matar sua família as 5 da madrugada

Caja-rock-city, 2008

5 horas da manhã de uma quinta-feira


Personagens: L. mainha, A, A1 e eu.

Cenário de Sono (e revolta por acorda tão cedo): quarto grande com suíte


Ana acorda com o celular tocando para avisar que estava na hora de tomar banho, pois seu Joaquim marcou de sair da universidade às 6 da manhã. E os alunos que não chegarem a tempo não iriam para Campina Grande – Encontro de Iniciação científica. L dorme aqui em casa, pois a casa dela era do outro lado da cidade e isso implicaria em ter que acorda muito mais cedo.


Ana: L está na hora de acorda e tomar banho.

L: Vá na frente que eu vou depois de você (a minha intenção era dormir mais uns 10 minutos).

Ana: certo, só que eu não vou ficar esperando por você (terrorismo básico)

L (fazendo ouvido de mercador e voltando para a cama): certo


Ana escova os dentes, leva shampoo e sabonete pra o Box. Tira a toalha e liga o chuveiro. O que vem a seguir são cenas de terror.


Ana: aaaaaaaaaaaahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh


Desesperada, Ana abre o banheiro, saio correndo. L. que tinha voltado a dormir se levanta assustada, mainha que estava no quarto ao lado vem correndo pro banheiro, A e A1 chegam assustados no quarto e ela continua dando chilique e pulando feito louca.


Mainha: O que foi que aconteceu? (se dirigindo a L.)

L.: Não sei. Do nada ela começou a gritar e pular feito uma maluca.

A: Ana o que foi?

Ana: TEM UM MONSTRO NO BANHEIRO QUE PULOU EM CIMA DE MIM!

A1: Não acredito que você fez esse escândalo todo por causa de uma rãzinha?!!

Ana: Uma rãzinha?! Uma camicase, isso sim. Ou, na melhor das hipóteses uma suicida que quer me levar junto

L.: Você tem medo de rã?

Ana: Tenho!

L.: Também tenho.

Mainha (suspira e entra no banheiro): Onde ela ta?

Ana: Ai dentro.

A1: mainha se a senhora for matar todas as rã para essa menina chata tomar banho vai causar um desequilíbrio ambiental

Mainha: Já causei, tive vocês três

L.: kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Ana, A e A1 (olhar de fuzilamento para L.)


Moral da história: Ana e L. foram tomar banho em outro banheiro, depois de uma supervisão geral. Não chegaram atrasadas porque o motorista chegou quase 7 da manhã na UFCG. E a rã só foi encontrada a noite quando mainha estava escovando os dentes.


Ps: Ainda hoje L. tira onda com a minha cara, principalmente quando todos os amigos estão reunidos.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Constatação

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quinta-feira, 4 de novembro de 2010

<- Liberdade/Paraíso ->


Ele sorriu para mim. E perguntou:

−Você vai para a Liberdade?

−Não, eu vou para o Paraíso.

Ele sentou-se ao meu lado. E disse.

−Então eu vou com você.

(Onde andará Dulce Veiga – Caio Fernando Abreu)

terça-feira, 2 de novembro de 2010

loucuras (parte II)

João Pessoa, setembro de 2010.

Fim de tarde

Shopping Sul, no café.


Personagens: Minha irmã, meu cunhado (astronauta) e eu (segurando vela).

Coadjuvantes: várias mães e seus filhos correndo e gritando.


Depois de alguns minutos entre a nossa chega ao café e a espera dos pedidos eis que presencio o seguinte diálogo...


Cunhado (carinhoso e romântico como só os astronautas podem ser, a baba escorrendo pela lateral da boca): Olha A. como essa bebezinha é linda! Se referindo a uma criança de colo com cara de anjo nos braços de sua mãe.

Minha irmã (com cara de poucos amigos – leia-se cólica): Realmente ela é linda.

Cunhado (sonhando): Já imaginou quando tivermos os nossos?!

Minha irmã (com cara de interrogação): Como assim os nossos?

Cunhado (voltando a realidade): ué, você não quer ter filhos?

Minha irmã: Já até pensei...

Cunhado: E então?

Minha irmã: Desisti.

Cunhado (indignado): mas por que?

Minha irmã (dando uma de super sincera): além de bonitinhas, elas comem, choram, fazem xixi e cocô, não dormem em horário comercial e, o pior de tudo, ficam doentes.

Cunhado: Mais eu te ajudarei...

Minha irmã (com cólicas): e quem vai parir?

Cunhado (com cara de interrogação): como assim que vai parir?

Minha irmã (com cólicas e nenhum pingo de romantismo): sim, parir, porque se já não estou agüento as cólicas que estou sentindo nesse exato momento, imagina as dores do parto.

Cunhado (médico): Mais a gente dá um jeito nisso...

Minha irmã: Ah, porque você não falou logo que contrataria uma mãe de aluguel!

Cunhado: ...


Eu: 1 (super sincera) x 0 (astronauta). Ela está aprendendo rápido... rs

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Minha confusão

Hoje pensei sério…

…se me perguntassem o que mais desejo na vida, não saberia responder. Quero tudo.

Caio F. Abreu

sábado, 16 de outubro de 2010

Loucuras (parte I)

À alguns anos atrás...

Campina Grande, 21:00

Apartamento da orientadora após um longo dia de trabalho.


Ana: Lú, vou tomar banho.

Lú: OK, mas não molhe o banheiro todo.

Ana: Beleza.

Ana tira a roupa, escova os dentes, pega sabonete, shampoo e creme e sai satisfeita para o chuveiro. Abre o Box, pendura a toalha e quando olha para o registro da água...

Ana: aahhhhhhhhhhh!!!!!

Sai em desabalada carreira do banheiro. Chega a sala ofegante e diz:

Ana (apavorada, gaguejando, tremendo nas bases): Lú, tem uma rã no banheiro!

Lú: E?

Ana: Como vou tomar banho?

Lú: Você tem medo de rã?

Ana: Tenho. Você pode ir tirar ela de lá, por favor?!

Lú (muito calma): Nem que sua vida depende-se disso. Também tenho medo de rã e a nossa convivência é bastante pacifica. Quando ela está na cozinha eu fico na sala, quando ela está no banheiro eu fico na sala e assim sucessivamente, até que ela resolva ir para outro cômodo. As coisas só mudam quando Mariana (namorada de Lú na época) está aqui em casa.

Ana (incrédula): E o que eu faço?

Lú (muito calma): Senta aqui no sofá e espera, uma hora ela vai sair de lá e você toma banho.

Ana: ...


1 hora depois...


Cansada de ficar no sofá enrolada na toalha (já que as roupas ficaram no banheiro), Ana resolve enfrentar a fera. Levanta-se e caminha na direção do único banheiro do apto.


Lú: Você vai pra onde?

Ana (cansada e com muita raiva): Tomar banho!

Lú: E se a rã ainda estiver lá?

Ana: Se ela estiver tomarei banho na pia, e se ela não estiver mais tomo banho normal.

Lú: Mais se ela estiver lá você vai molhar o banheiro todo!

Ana: E daí? Não vou ficar esperando uma rapariga de uma rã sair do banheiro para que eu possa tomar banho. Isso é um absurdo! Se fosse NA MINHA casa, mainha já tinha resolvido isso. Tinha matado a rã e fim de papo.


Chego lá, vou cuidadosamente para o Box, vejo que a rã não se encontra. Ligo meu radar para localizar alguma possibilidade de rã no ambiente, e nada é encontrado. Por via das dúvidas deixo a porta do banheiro aberta.


Meia hora depois..


Lú: A rã estava lá?

Ana (limpinha e cheirozinha): Não, ela deve ter saído para namorar...

Lú: ué? Mais ela sempre fica no banheiro até 22 e 30

Ana (com cara de interrogação): Como assim?

Lú: Faz 5 anos que moro nesse apartamento, já sei todos os horários de “Júlia”

Ana: Lú, eu não estou acreditando, você tem um problema muito sério, essa loucura é passível de internação, sabia?

Lú: Você queria que eu fizesse o que? Eu tenho pena de matar a pobrezinha...

Ana: ...

Lú: Agora deixa eu ir lá, vou tomar banho.


FIM DE PAPO


OBS: Essa história é baseada em fatos reais e os diálogos são fiéis ao ocorrido.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

EU DIGO NÃO A SERRA!

Tem três temas que não gosto de discutir com ninguém, mas que vez ou outra sou obrigada a discutir.

O primeiro é futebol. Cara como CORINTHIANA roxa não tem como passar calma entre ofensa dos outros adversários que acham que nós somos apenas torcedores. Esquecem eles que somos uma nação e fim de papo.

O segundo é religião. E aqui entram vários elementos que impossibilitam discussões com pessoas de “mente estreita”, fanatismo, intolerância, além da necessidade de busca sempre o certo e o errado nas condutas alheias com a justificativa de que DEUS não gosta. Nessas horas dá uma baita de uma vontade de mandar esses hipócritas a merda. Mas nem sempre isso é possível, visto que trabalho com opinião pública nem sempre esclarecida e cujos preconceitos vem de berço, e que necessito muito mais do que aulas de metodologia ou sociologia para “abrir os olhos dessa parcela da massa (sintam meu tom irônico!)”.

Terceiro e não menos importante, POLÍTICA. Havia jurado pra mim mesma que não iria me posicionar contra Serra publicamente no meu blog, mas sabe quando a situação fica insustentável? Hoje cheguei ao cúmulo do suportável, então lá vamos nós... Esse senhor Burn’s é o cara de pau mais queridinho do PSBD. Alguém sabe por que? Respondo: como filho de FHC, ele dará continuidade ao legado do Tucano pai. Qual seria esse legado? Simples, privatizar as Universidades Federais e o Correio, além de demitir inúmeros funcionários – pais e mães de família – de setores públicos para enxugar a folha de pagamento. Provavelmente venderá a Petrobras assim com Fernandinho Beira Mar, ops, FHC fez com a Vale do Rio Doce. Otário aquele que acreditar nas palavras venenosas dessa alma sebosa quando diz que vai fazer isso ou aquilo para melhor o Brasil. Melhor uma PINÓIA!

E mais uma coisa: CUIDADO, POIS SE SERRA GANHAR ASSISTIREMOS O MASSACRE DA SERRA ELÉTRICA POR 4 ANOS CONSECUTIVOS E SEM INTERVALO PARA OS COMERCIAIS DA GLOBO E DOS PASTORES EVANGÉLICOS DE PLANTÃO!

Aninha.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Nem tão exotérico assim...

"Se eu sou algo incompreensível,

Meu Deus é mais"


E foi à livraria como quem vai à farmácia, buscando cura para as suas feridas da alma.

Lá chegando encontrou de tudo um pouco. Saramago, Freud, Balzac, Foucault, Mário Quintana, Fernando Pessoa, Cecília Meireles, mas nada quis levar. Encontra-se num momento de pura suspensão das atividades mentais e espirituais. Nada lhe trazia prazer. Nem a literatura, nem a música...

Ela simplesmente não sabia mais o que fazer. Poderia colocar a culpa na primavera que chegara, na lua cheia que se fora. Só que isso não funcionaria, pois ela sabia muito bem de onde vinha essa angústia. E o pior fora constatar que nada fizera para evita - lá. Estava cansada de nadar contra a maré. Então deixou-se ser tragada pelo tempo, na solidão de sua alma.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Ela decidiu que não iria trabalhar hoje...

Ela decidiu que não iria trabalhar hoje. Que não valeria a pena levar toda a sua mágoa e sensação de fracasso para a Universidade. Deu uma desculpa qualquer a coordenadora e ficou remoendo seus problemas em casa, sozinha como sempre fez. Pensou no quanto sua vida mudou em 2010. Como um ano que tinha tudo pra ser mais um na sua vida sem graça, sem cor e sem música, trouxe tantas coisas boas e ruins ao mesmo tempo. Primeiro veio um emprego numa das instituições mais importantes da cidade. Depois a consolidação de algumas amizades cultivadas na época da pós-graduação. Em seguida veio o “conhecer nova paisagens” e a reafirmação de que ela não seria realizada profissionalmente senão fosse para ser historiadora. Posteriormente veio as decepções com pessoas que ela julgava ser seus melhores amigos e o distanciamento de alguns amigos que em outros momentos da sua vida foram tão importantes... Veio também o primeiro grande amor e com ele também veio o fim – ou o começo para outro, quem sabe (às vezes ela acredita em contos de fada).

No entanto, algumas questões levantadas em anos anteriores e nas muitas sessões com a psicóloga seguem ainda sem respostas. Hoje mesmo ela está tão confusa e insegura que nem sabe o próprio nome.

São e forma tantas coisas que ela preferiu silenciar.


FIM

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Porque vale pela gargalhada...

Achei isso aqui

Terror no chuveiro

Estava tomando banho sozinha em casa quando senti uma cócega no tornozelo direito.
Trêmula, olhei dea rabo de olho e dei de cara com uma sombra preta. O grito que se seguiu era digno de Psicose:
_AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHH.
Sacudindo o pé desesperadamente, a tal mancha não saía e a cócega não parava. Com o coração na boca, resolvi enfrentar o medo e levantei o pé para olhar.
Era o bandaid que tinha posto em minha bolha.
O ministério da saúde adverte: banhos com emoção são proibidos a pacientes cardíacos.

terça-feira, 15 de junho de 2010

"O tempo existe, sim, e devora."

Olha, lá fora tem um sol bem grandão, quase não tem nuvens, o céu está completamente azul, tingido de um azul que adoro, uma brisa fraca bate descaradamente no meu rosto e cá estou eu, num dia de cinza completo, sentada na frente desse computador que anda sendo um dos meus algozes mais cruéis.


Nada de interessante aconteceu esses dias...Continuo fazendo terapia e às vezes bate um desanimo. Ficar muito tempo comigo mesma tem se revelado uma via de mão dupla, ora tenho ótimas surpresas e ora tenho vontade de desaparecer, meio como cantou Zeca Baleiro “às vezes me preservo nuotras, suicido!”... Não que eu vá tomar atitudes desesperadas, como por fim a minha vida, ou algo que o valha. Já superei essa fase faz tempo, mas descobrir que sou a pessoa mais contraditória que conheço não é uma tarefa muito fácil para tentar manter o que me resta de sanidade.


E nessas horas só consigo pensar como Caio Fernando Abreu “não estou louca nem bêbada, estou é lúcida pra caralho e sei claramente que não tenho nenhuma saída, ah não se preocupe, meu bem, depois que você sair tomo banho frio, leite quente com mel de eucalipto, gin-seng e lexotan, depois deito, depois durmo, depois acordo e passo uma semana a banchá e arroz integral, absolutamente santa, absolutamente pura, absolutamente limpa, depois tomo outro porre, cheiro cinco gramas, bato o carro numa esquina ou ligo para o cvv às quatro da madrugada e alugo a cabeça dum panaca qualquer choramingando coisas tipo preciso-tanto-uma-razão-para-viver-e-sei-que-essa-razão-só-está-dentro-de-mim-bababá-bababá e me lamurio até o sol pintar atrás daqueles edifícios sinistros, mas não se preocupe, não vou tomar nenhuma medida drástica, a não ser continuar, tem coisa mais autodestrutiva do que insistir sem fé nenhuma?”. E continua: “te desejo uma fé enorme, em qualquer coisa, não importa o quê, como aquela fé que a gente teve um dia, me deseja também uma coisa bem bonita, uma coisa qualquer maravilhosa, que me faça acreditar em tudo de novo, que nos faça acreditar em tudo outra vez, que leve para longe da minha boca este gosto podre de fracasso, este travo de derrota sem nobreza, não tem jeito, companheiro, nos perdemos no meio da estrada e nunca tivemos mapa algum, ninguém dá mais carona e a noite já vem chegando.”. (Morangos Mofados)


Eu sei, eu sei, muito escatológico, confesso! Mas fazer o que? É o único sentimento verdadeiramente Ana de ser... Procurar nuvens de tempestade e as fazer derramar o seu liquido é a minha “praia” – contradições a parte, tenho certeza que você entende o que estou falando...

Ana.

PS: Você falou que ando muito preguiçosa, que abandonei o blog, que não comento mais no seu, etc, Tudo verdade, mas isso é apenas mais uma fase, logo as nuvens negras seguem seu curso, o sol volta a brilhar aqui dentro, o rei volta para o seu trono majestoso e brinca de ser dono do seu próprio Destino.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Falta inspiração...


'De vez em quando Deus me tira a poesia.
Olho pedra, vejo pedra mesmo.'
(Adélia Prado)

quarta-feira, 31 de março de 2010

"Viver é uma arte de acumular decepções... E seguir em frente, apesar de todas elas. Acreditar... Que um dia possa dar certo".

sábado, 27 de março de 2010

Ela sentia falta de um amor.

Saiu de casa para um passeio agradável no parque próximo a sua casa. Sentou no balanço e ficou a contemplar a natureza, a paz que aquele lugar lhe transmitia desde que era uma criança.

Mas as coisas haviam mudado. No parque acabou encontrando vários casais de namorados e só então percebeu o quanto estava se sentindo só. O quanto lhe doía a falta de uma grande. Com esses pensamentos, vou pra casa...

Na semana seguinte resolveu fazer comprar no mercado. Quando voltava pra casa viu o seu amor na vitrine. Pensou em entrar na loja, mas essa estava fechada para balanço. Então pensou: “será que vai ser sempre assim, a porta estará sempre fechada?”.

Mas não se deu por vencida. Viria todos os dias para a loja, até que a porta se abre-se e enfim ela pudesse entrar, trazendo todas as dores e alegrias... Pra ela não importava o tempo isso pudesse demorar, só tinha a certeza de que queria...

terça-feira, 16 de março de 2010

"Ando bem, mas um pouco aos trancos. Costumo dizer: um dia de salto 7, outro de sandália havaiana". Caio Fernando Abreu

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Cansada

Cansada de lutar contra os moinhos de vento. Agora quero escrever o tratado sobre a solidão. Essa mesma solidão que me consome os dias e atormenta a alma.