sábado, 15 de outubro de 2011

Meu faz de conta

Faz de conta que não doeu.

Faz de conta que já passou.

Faz de conta que tudo bem,

Que já estou bem...

Porque hoje, na verdade,

Nada está bem!

Porque hoje, de verdade verdadeira,

Não estou bem!

Sabe por quê?

Porque não se esquece...

A pessoa amada será sempre amada

Mesmo quando longe

(– dos olhos, do coração)

De repente, não mais do que de repente,

Deixo de ser a vítima para ser a vilã.

Sabe por quê?!!!

“Um milhão vezes zero, é zero.

Ou seja, não coloque sua intensidade onde não tem nada" [*]



[*] Tati Bernardi

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Acordei meio Clarice Lispector

“Ela é assim um mix de tudo que se possa imaginar dentro de uma grande capacidade de apenas não ser nada em definitivo. Ela é aquilo que não consegue se encaixar em moldes pré-estabelecidos, parece que ninguém nunca foi antes dela. Ela se incomoda com isso, ás vezes, muito. Ela é cheia de sentimentos, parece que suas experiências se manifestam é no dorso do seu colo, e quase sempre, de vez em quando, tudo isso pesa. Mas não tem modo, não existe maneira que a faça ser diferente. E ainda, graças a Deus, ela é diferente. Algo que pesa e que tem o dom da leveza, algo que chora e que se manifesta em sorrisos, algo de forte, mas que se desmancha quando encontra a água.” (Clarice Lispector)

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Há uma diferença

Mas há uma diferença entre você saber intelectualmente da inutilidade das procuras, da insaciabilidade — vixe, que palavra! — do corpo e conseguir passar isso para o seu comportamento — tomar ato o que é pensamento abstrato. Os caminhos são individuais/intransferíveis.

Caio F. Abreu in “Cartas”

domingo, 12 de dezembro de 2010

LOUCURAS (parte IV), ou, pra bom entendedor meia palavra basta.

Cajá-Rock city, quinta-feira, 09 de dezembro de 2010, a tarde


Cenário: Sala da minha casa.

Personagens envolvidos: Mainha, F (sua amiga) e eu.


Segue-se a cena:


Mainha e F conversão animadamente sobre algum assunto, quando entro na sala para comunicar que estou de saída e que talvez tire direto da terapia para o trabalho. Eis então que F resolve olhar pra mim e diz:


F: Titia a senhora deixou Aninha furar outro buraco na orelha?


Mainha: Por mim ela não teria feito...


E as duas fazendo de conta que não estou na sala ouvindo a conversa, continuam.


F: Quem fura a orelha mais de uma vez é bandido, daqui a pouco ela vai fazer tatuagem.


Ana (respira fundo): F é o seguinte: já sou de maior faz um tempinho, furei e furarei minha orelhas quantas vezes quiser e achar melhor e farei uma tatuagem também, só que ninguém tem nada com isso, afinal o corpo é MEU. Já faz quase dois anos que furei minha orelha e só agora você notou. Nesses dois anos mudei muito, terminei meu mestrado, arrumei um emprego, tenho muitas outras responsabilidades que não tinha antes do brinco, pago minhas contas e por ai vai...


F: Mas o que estou querendo dizer é...


Ana (com raiva): O que você quer dizer é que estou a um passo de me tornar “marginal”. Sinto te decepcionar. Não vai ser um brinco, ou uma tatuagem que vai fazer com que eu mude meu caráter (Acho que nada fará). Quanto a isso as duas podem ficar tranqüilas. Agora muito me espanta esse tipo de “observação” da sua parte. Também não é porque estou com a orelha “cheia” de brincos que vou sair povoando o mundo, fazendo um filho a cada esquina e dando para minha mãe criar, como acontece por ai... Acho que você deveria se preocupar mais com as coisas da sua casa (deveria ter acrescentado: e deixar de ser tão hipócrita)


Revelando alguns fatos para os leitores: F tem uma filha que engravidou com 19 anos, teve duas filhas que são criadas por ela e nem por isso a filha cuidou em procurar emprego ou mudar de vida. P teve os mesmo “privilégios” que eu tive. Fomos colegas de escola durante a vida quase toda e eu estou aqui trabalhando feita uma louca, contando os dias para entrar de férias, enquanto P fica de festa em festa sem nenhum tipo de responsabilidade. Ai vem F e me diz o que devo ou não fazer... Sinceramente, vai catar coquinho. Quem ela pensa que é? Fiquei tão indignada com a situação que nem dei mais oportunidade para F falar. Fui saindo e ainda bem que tinha terapia na quinta, pois nem sei o que teria sido de mim...


A noite mainha veio pedir desculpa por não ter dito nada...


Enfim, odeio hipocrisia. Desde quando um brinco ou uma tatuagem podem falar pelo caráter das pessoas?

Obs: Não, o espírito de Natal ainda não chegou.. Se perdeu em algum lugar

sábado, 20 de novembro de 2010

"Pouco adiantou acender cigarro, falar palavrão, perder a razão..."


Acho que eu fico mesmo diferente
Quando eu falo tudo o que penso realmente
Mostro a todo mundo que eu não sei quem sou
Eu uso as palavras de um perdedor


As brigas que ganhei
Nem um troféu
Como lembrança
Pra casa eu levei


As brigas que perdi
Estas sim
Eu nunca esqueci
Eu nunca esqueci


Pato Fu

sábado, 6 de novembro de 2010

Loucura (parte III), ou Como matar sua família as 5 da madrugada

Caja-rock-city, 2008

5 horas da manhã de uma quinta-feira


Personagens: L. mainha, A, A1 e eu.

Cenário de Sono (e revolta por acorda tão cedo): quarto grande com suíte


Ana acorda com o celular tocando para avisar que estava na hora de tomar banho, pois seu Joaquim marcou de sair da universidade às 6 da manhã. E os alunos que não chegarem a tempo não iriam para Campina Grande – Encontro de Iniciação científica. L dorme aqui em casa, pois a casa dela era do outro lado da cidade e isso implicaria em ter que acorda muito mais cedo.


Ana: L está na hora de acorda e tomar banho.

L: Vá na frente que eu vou depois de você (a minha intenção era dormir mais uns 10 minutos).

Ana: certo, só que eu não vou ficar esperando por você (terrorismo básico)

L (fazendo ouvido de mercador e voltando para a cama): certo


Ana escova os dentes, leva shampoo e sabonete pra o Box. Tira a toalha e liga o chuveiro. O que vem a seguir são cenas de terror.


Ana: aaaaaaaaaaaahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh


Desesperada, Ana abre o banheiro, saio correndo. L. que tinha voltado a dormir se levanta assustada, mainha que estava no quarto ao lado vem correndo pro banheiro, A e A1 chegam assustados no quarto e ela continua dando chilique e pulando feito louca.


Mainha: O que foi que aconteceu? (se dirigindo a L.)

L.: Não sei. Do nada ela começou a gritar e pular feito uma maluca.

A: Ana o que foi?

Ana: TEM UM MONSTRO NO BANHEIRO QUE PULOU EM CIMA DE MIM!

A1: Não acredito que você fez esse escândalo todo por causa de uma rãzinha?!!

Ana: Uma rãzinha?! Uma camicase, isso sim. Ou, na melhor das hipóteses uma suicida que quer me levar junto

L.: Você tem medo de rã?

Ana: Tenho!

L.: Também tenho.

Mainha (suspira e entra no banheiro): Onde ela ta?

Ana: Ai dentro.

A1: mainha se a senhora for matar todas as rã para essa menina chata tomar banho vai causar um desequilíbrio ambiental

Mainha: Já causei, tive vocês três

L.: kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Ana, A e A1 (olhar de fuzilamento para L.)


Moral da história: Ana e L. foram tomar banho em outro banheiro, depois de uma supervisão geral. Não chegaram atrasadas porque o motorista chegou quase 7 da manhã na UFCG. E a rã só foi encontrada a noite quando mainha estava escovando os dentes.


Ps: Ainda hoje L. tira onda com a minha cara, principalmente quando todos os amigos estão reunidos.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Constatação

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