quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Hoje só o poeta me entende!


Hoje não tá sendo um dia muito fácil pra mim. Estou com uma sensação horrorosa de que tudo que eu faço não tem sentido... E as desilusões são tantas e tão desastrosas que o único que me entende hoje é Cazuza...


O tempo não Pará
(Cazuza)


Disparo contra o sol
Sou forte, sou por acaso
Minha metralhadora cheia de mágoas
Eu sou um cara
Cansado de correr
Na direção contrária
Sem pódio de chegada ou beijo de namorada
Eu sou mais um cara

Mas se você achar
Que eu tô derrotado
Saiba que ainda estão rolando os dados
Porque o tempo, o tempo não pára

Dias sim, dias não
Eu vou sobrevivendo sem um arranhão
Da caridade de quem me detesta

A tua piscina tá cheia de ratos
Tuas idéias não correspondem aos fatos
O tempo não pára

Eu vejo o futuro repetir o passado
Eu vejo um museu de grandes novidades
O tempo não pára
Não pára, não, não pára

Eu não tenho data pra comemorar
Às vezes os meus dias são de par em par
Procurando uma agulha num palheiro

Nas noites de frio é melhor nem nascer
Nas de calor, se escolhe: é matar ou morrer
E assim nos tornamos brasileiros
Te chamam de ladrão, de bicha, maconheiro
Transformam o país inteiro num puteiro
Pois assim se ganha mais dinheiro

A tua piscina tá cheia de ratos
Tuas idéias não correspondem aos fatos
O tempo não pára

Eu vejo o futuro repetir o passado
Eu vejo um museu de grandes novidades
O tempo não pára
Não pára, não, não pára

Dias sim, dias não
Eu vou sobrevivendo sem um arranhão
Da caridade de quem me detesta

A tua piscina tá cheia de ratos
Tuas idéias não correspondem aos fatos
O tempo não pára

Eu vejo o futuro repetir o passado
Eu vejo um museu de grandes novidades
O tempo não pára
Não pára, não, não pára

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Uma hipósete


Sem meias palavras... Estou num momento muito meu...



“A vida é uma hesitação entre uma exclamação e uma interrogação. Na dúvida, há um ponto final.”

(Fernando Pessoa)

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

''O homem e a mulher''- Victor Hugo


O homem é a mais elevada das criaturas
A mulher o mais sublime dos ideais
Deus fez para o homem um trono
Para a mulher um altar
O trono exalta
O altar santifica.
O homem é o cérebro
A mulher o coração
O cérebro fabrica a luz
O coração fabrica o amor
A luz fecunda
O amor ressuscita.
O homem é gênio
A mulher é anjo
O gênio é imensurável
O anjo é indefinível
Contempla-se o infinito
Admira-se o inefável.
A aspiração do homem é a suprema glória
A aspiração da mulher é a virtude extrema
A glória faz o grande
A virtude o divino.
O homem tem a supremacia
A mulher a preferência
A supremacia significa a força
A preferência representa o direito.
O homem é forte pela razão
A mulher é invencível pelas lagrimas
A razão convence
As lagrimas comovem.
O homem é capaz de todos os heroísmos
A mulher, de todos os martírios
O heroísmo enobrece
O martírio sublima.
O homem é um código
A mulher um evangelho
O código corrige
O evangelho aperfeiçoa.
O homem é um templo
A mulher é um sacrário
Ante o templo nos descobrimos
Ante o sacrário nos ajoelhamos.
O homem pensa
A mulher sonha
Pensa é ter no crânio uma luz
Sonhar é ter na fronte uma auréola.
O homem é um oceano
A mulher é um lago
O oceano tem a pérola que adorna
O lago a poesia que deslumbra.
O homem é a águia que voa
A mulher o rouxinol que canta
Voar é conquistar o espaço
Cantar é conquistar a alma.
O homem tem um farol, a consciência
A mulher uma estrela, a esperança
O farol guia
A esperança salva
Enfim:
O homem esta colocado onde termina a terra
E a mulher onde começa o céu


Beijo grande pra todos!

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Meu carnaval será outro


Como disse Michel Foucault “os discursos mudam” e, por extensão, as pessoas também mudam... Quem me conhece sabe o quanto tenho aversão a mudanças, principalmente aquelas que costumam virar a vida da gente de cabeça pra baixo de uma hora para outra, sem aviso prévio ou algo parecido. Minha “encrenca” é tão grande que reconheço que ás vezes chego a pronunciar “discursos” reacionários. Motivos não me faltam para isso, mais não vou entrar no mérito da coisa agora...

Como todos sabem, o carnaval chegou!, e com ele todos os excessos que parecem fazer parte constitutiva dessa festividade – consumo de drogas (lícitas e ilícitas), sexo a vontade, mortes em acidentes de trânsito, etc e tal. Não vou generalizar, toda regra tem exceção e sempre existe aquele folião que vai para avenida/clube brincar e ser feliz. (Encaixo-me na segunda categoria).

Porém, esse ano resolvi “revolucionar”! Não vou participar do carnaval. Ficarei em casa, comendo, dormindo, assistindo TV, lendo e provavelmente estudando – contagem regressiva para a defesa da dissertação. Mais por algum motivo meus amigos não conseguem acreditar que serei capaz de tal feito, pois desde criança, sempre tive o carnaval (a decoração do corredor da folia em Cajazeiras ficou show!) como a segunda maior festa do ano, perdendo espaço apenas para o São João, que no Nordeste tem proporções inimagináveis para o restante dos mortais, e, na verdade, não tenho lembrança de ter perdido “umzinho si quer”. Só que esse ano minhas prioridades são outras...

Mudanças também passaram a significar coisas boas... Compreendi que pode existir prazer no simples fato de ficar em casa ouvindo aquele cd da Maria Bethânia que nunca mais você ouviu, ou arrumar o armário e organizar os livros na estante do escritório, ou passear com seu cachorro... Coisas que nos dão alegria e que acabamos deixando para trás por falta de tempo...

Se é verdade que o carnaval é sinônimo de alegria – pelo menos pra mim sempre teve essa conotação –, esse ano buscarei a minha em coisas menos desgastantes para o corpo e a alma. Que me desculpe os amigos de todas as farras, mais como disse lá em cima: as pessoas também mudam...

Desejo que o carnaval transcorra na paz e que todos os foliões atentem para o fato de que a responsabilidade deve perpassar todas as situações da vida – sociais e profissionais.


Beijo e abraço!



terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Refletindo...


Estava mexendo em algumas coisas e por acaso encontrei essa frase de Schopenhauer. Então achei que devia socializar.


Beijos!


“As cenas de nossa vida são como imagens em um mosaico tosco; vistas de perto, não produzem efeitos – devem ser vistas à distância para ser possível discernir sua beleza.”


(Arthur Schopenhauer)

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Tempestade em copo d'água

A vida devia ter um manual do consumidor, principalmente para saber como agir em todas as situações, inclusive naquelas mais banais, onde as pessoas exageram e fazem tempestades em copo d’água...

Tudo seria tão mais fácil! Porém não iríamos evoluir...

Foi apenas um desabafo. Amanhã as coisas voltam ao normal (ou não!) e estaremos todos aqui, aprendendo pelo amor ou pela dor.

Beijo a todos!

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Cuidando de mim

Você se foi...
E eu permaneço aqui
Não mais a tua espera...
Aprendi a lição...

Agora estou cuidando de mim.
Executando os planos que fiz.
Limpando a casa
E o coração

Não fecharei as portas,
Apenas terei cautela
Para não me ferir novamente.

Não guardarei mágoas ou rancor...
De certo mesmo,
Tenho o dia de hoje... E a esperança no amanhã!

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Paciência



Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
A vida não pára...

Enquanto o tempo
Acelera e pede pressa
Eu me recuso faço hora
Vou na valsa
A vida é tão rara...

Enquanto todo mundo
Espera a cura do mal
E a loucura finge
Que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência...

O mundo vai girando
Cada vez mais veloz
A gente espera do mundo
E o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência...

Será que é tempo
Que lhe falta prá perceber?
Será que temos esse tempo
Prá perder?
E quem quer saber?
A vida é tão rara
Tão rara...

Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não pára
A vida não pára não...

Será que é tempo
Que lhe falta prá perceber?
Será que temos esse tempo
Prá perder?
E quem quer saber?
A vida é tão rara
Tão rara...

Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não pára
A vida não pára não...

A vida não pára!...
A vida é tão rara!..


Composição: Lenine e Dudu Falcão

Essa música é simplesmente genial. Não há palavras para descrever sua magnitude. E justo hoje que as coisas parecem ganhar outros contornos, ela veio a minha mente... Talvez o que falte ao ser humano seja PAZ, pois dela deriva todas as outras necessidades da alma.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Uma das muitas Marias

Domingo, 8 de fevereiro. Entro no busão da Guanabara extremamente chateada porque não consegui comprar passagem pra João Pessoa no ônibus da noite, o que significava que iria “perder” o dia inteiro sentada num ônibus sem fazer nada de proveitoso... Então pego meu estoque de mp3 e coloco ao ouvido, sento na cadeira do corredor (número 6), encontro algumas pessoas conhecidas, cumprimento todas e recolho a minha insignificância.
Ao meu lado ia uma senhora magra de aproximadamente 45 anos que estava sentada na cadeira da janela. Ela entrou acompanhada pela filha de mais ou menos 18 anos e o seu esposo que se despediram com lágrimas nos olhos. Até ai normal, pois podia ser ela estivesse se preparando para fazer uma viagem longa... O busão dá partido e tento colocar meu plano de dormir a viagem toda em prática... Entretanto algo sai errado... [Agora sinto que tudo saiu certo...].
Depois de uma luta interminável para achar uma posição relativamente confortável noto que a senhora do meu lado estava chorando copiosamente. Meio sem saber o que fazer, retiro os fones do ouvido e seguro a mão dela sem entender nada e digo que não precisa chorar, pois tudo iria dar certo.
Assustada, pergunto se ela precisa de alguma coisa, ela então responde que não e continua chorando. [Nessas horas nunca sei exatamente como agir]. Só então percebi que a senhora ao meu lado não possuía nenhum fio de cabelo pelo corpo o que no meu “quengão” significava que ela estava fazendo quimioterapia... Então penso: - Isso explica porque ela tá chorando...
A partir desse momento fazemos um pacto secreto, ela conversar sobre qualquer assunto e eu prometi dar toda atenção e escutar tudo...
Ela então começa a falar dos filhos – duas meninas que moram com ela e um menino que mora numa cidade perto de Cajazeiras e que estava fazendo faculdade -, da vida de casado – o marido dela era muito companheiro e atencioso -, do trabalho – ela vendia sorvete na rodoviária havia mais de 10 anos e conseguiu criar todos os filhos com a graninha que conseguia com a venda dos sorvetes... etc e tal...
Entretanto, ela não tocou em nenhum momento na sua real preocupação (Será que ela conseguirá ter forças para vencer aquela batalha? Fico me perguntando...). Acho até que nem era preciso falar sobre, pois quem já acompanhou algum caso de câncer sabe exatamente como essa doença é dolorosa e maltrata não só a vítima mais toda a família.

Uma pausa na História...

Sempre tive uma relação muito próxima com a MPB e logo que ela começou a contar a sua história, lembrei de três músicas: Encontros e despedidas; Drão e Maria, Maria. Aparentemente músicas completamente diferentes, mas que trazem nas suas melodias e letras esperança... Em especial essas frases marcaram aquele momento
“Mande notícias/Do mundo de lá/Diz quem fica/Me dê um abraço/Venha me apertar/Tô chegando...” “Drão não pense na separação/Não despedace o coração/O verdadeiro amor é vão/Entende-se infinito (...) Drão os meninos são todos sãos”.
No entanto, essa música e letra de Milton Nascimento não pode ser mais pertinente para a situação toda que ela [Drão a partir de agora] está vivenciando... (passamos muito tempo conversando e não nos apresentamos, talvez porque estávamos tão absorvidas pelo momento que o que menos importava naquela hora eram nomes...)

Maria, Maria
Composição: (M. Nascimento/F. Brant)
Maria, Maria
É um dom, uma certa magia,
Uma força que nos alerta
Uma mulher que merece viver e amar
Como outra qualquer do planeta
Maria, Maria
É o som, é a cor, é o suor
É a dose mais forte e lenta
De uma gente que ri quando deve chorar
E não vive, apenas agüenta
Mas é preciso ter força
É preciso ter raça
É preciso ter gana sempre
Quem traz no corpo a marca
Maria, Maria
Mistura a dor e a alegria
Mas é preciso ter manha
É preciso ter graça
É preciso ter sonho sempre
Quem traz na pele essa marca
Possui a estranha mania
De ter fé na vida
Acho que não é necessário explicar, ou falar nada sobre essa música e o significado, pois ela fala por si...

Voltando a história...

Quando já estávamos chegando ao destino da nossa viagem, eis que o ônibus quebra. Como a minha bagagem era de mão o motorista me colocou em outro ônibus que vinha passando na estrada então nos despedimos. Antes, porém perguntei quando ela voltaria pra Cajazeiras – antes do carnaval porque o filho vem passar com ela – só então saberei como foram as coisas na capital da província...
Quando cheguei em casa fiquei refletindo sobre tudo o que aconteceu desde o momento que subi no ônibus sem nenhuma perspectiva até o momento que me separei de Drão... E foi impressionante perceber como Deus é maravilhoso colocando aquele ser na minha vida que tanto me ensinou... Espero continuar essa história depois do carnaval quando tentarei entrar em contato com Drão e socializar notícias boas...

Beijo carinho em todos.

PS: Gostaria de pedir a todos que mandei boas energias para Drão.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Bolado

Eu tenho andado bolado
com o jeito que a vida está
feito um filme ruim em canal
e hora que ninguém vê
Imagem cheia de fantasmas
e uma estática de enlouquecer
Chame o serviço técnico
isso não tá como deveria ser
Às vezes me pergunto
o certo, o que há de ser?
Se agir sem pensar
ou se refletir muito antes de fazer?
Eu sei que existe uma canção
meio enjoada que diz assim
não se preocupe em inglês
e seja feliz
Mas quase nunca nada é tão simples
e às vezes o sentimento fica ruim
o que não impede que se continue tentando
o jogo só acaba no fim

(Lulu Santos)

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Saudade...

Ontem a noite estava pensando... Se você estivesse aqui hoje estaria completando 55 anos. E isso soou tão estranho, até ontem não tinha notado o quanto você faz falta... Havia prometido a Mary e pra mim que não iria escrever nada sobre você, mais por esse motivo quebrei a promessa.

É surpreendente notar que na vida tudo muda e é muito mais fácil tentar ignorar, mais vira e mexe tomamos “choques” de realidade e as coisas passam ter outros tons...

Hoje o meu tom é de SAUDADE...

PS: Te mandei flores, espero que tenhas recebido!

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Para início de conversar...

Bom, hoje estou dando início a uma nova fase da minha vida...

Durante muito tempo relutei em entrar para a “blogosfera” por dois motivos: não achava que tinha capacidade de escrever textos que pudesse servir para outras pessoas (muitas dessas pessoas talvez não chegue a conhecer...) e depois, não queria ser mais uma na multidão de blogueiros que não tem nada para oferecer em troca. O que mudou? Tudo! E, principalmente, EU!

Nos últimos meses tenho refletido sobre muitas coisas e situações. Acho até que amadureci mais do que esperava... Então cheguei à conclusão (incentivada por algumas pessoas queridas) de que algumas das experiências deveriam ser socializadas (sempre que chegar o momento...). Não serão histórias de vida, nem receitas sobre como agir... Serão “apenas” desabafos e um ou outro pedido de “SOCORRO”...

Tudo isso só pode ser possível porque estou apaixonada por esse espaço, e também porque conheci muitas pessoas interessantes... Outro dia contarei como fui fisgada e como essa pessoas passaram a fazer parte da minha vida...

Não sei exatamente qual será a freqüência (ainda não entrei nessa de unificação da língua portuguesa) com que vou postar textos, já que a minha vida anda um pouco – pra não dizer um muito – complicada (estou terminando o meu mestrado em história e boa parte do meu tempo se resume a escrever/desmanchar a dissertação...). No entanto, posso garantir que sempre que sentir vontade virei aqui.

Beijo e abraço!